sábado, 27 de fevereiro de 2021

ME SEGUE... PRECISO DE SEGUIDORES!

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    Pra quê?! Ainda não sei, mas um dia saberei, não sei, talvez, quem sabe...

 Olá, espero que estejam bem...

     Não sei você, mas às vezes passo por crises existenciais, não somente sobre eventualidades mínimas do cotidiano, mas também sobre o novo tipo de sociedade, ou melhor dizendo, um novo tipo de popularidade que chegou no mundo; os seguidores. Premissa básica para você ser uma pessoa descolada e bem aceita, já não bastam as complicações do ensino médio, tenho que passar por essa aceitação virtual. E depois de muito observar, chorar um pouco, conversar e refletir, percebi que, apesar de tudo parecer falso, as pessoas seguem quem elas confiam, se inspiram ou lhes prometem algo, coisa que não faço. Mas eu tenho vários motivos para isso, um deles diz respeito a meu comportamento. Não sou completamente sorridente, acharia um absurdo essa monitoria em relação ao meu maxilar, mesmo que a consequência fosse um retorno financeiro interessante. Soa falso, como as pessoas que você segue e as que são seguidas.

Ocorreu um episódio em minha vida que disseram “não gostar de mim” ou “eu te conheço, sei quem você é”, em tom de “eu sei do que você é capaz” num sentindo bem ruim do sentido. E realmente não pude, e nem posso fazer nada, porque a partir daí, preciso ver realmente onde está o problema: se em mim ou na outra pessoa. Não é que me machuca, acho honesto quem diretamente falou isso para mim, sem precisar usar de mídias sociais ou anonimato para expor bem o que sente, não somente isso, vir de pessoas que convivem comigo. Isso para mim é importante, pois numa saída de amigos ou num acaso da vida, estar no mesmo lugar da pessoa, saberei que ela não gosta de mim... A diferença é que pelas atitudes que ela tiver comigo, do tipo maldosas, posso criar aversão ou “realmente não tenho nada contra você”.

Pois bem, sobre os seguidores; acho que é uma conquista que não vale para mim. Alguns veem números, outros pessoas... Eu vejo pessoas e lidar com mil ou milhões de pessoas é uma responsabilidade interessante, não somente porque elas seguem por ter gostado de algo que foi feito em um momento descontraído, pelo corpo saudável, ou por um sorriso, mais também por um conteúdo agregador e interessante. Não seria cobrada por 1 pessoa, e sim por mil ou milhões, se me esforçasse para isso, e pelo momento ou na vida inteira, nunca foi meu desejo. Fiz facebook alguns anos atrás por motivos de “me adiciona no facebook?” “não tenho”, logo não me adaptei com a mídia por pedir informações demais e por estar em uma fase muito focada em estudos - deletei; em seguida, o Instagram me pareceu interessante, mesmo sendo uma rede social tóxica, com referências um tanto quanto negativas, lá estou e a cada atualização, pedem entretenimento. Me forço a sempre olhar as mídias como uma esfera muito presente da realidade, e tento monitorar quanto tempo fico online, rolando o feed.

Obviamente, tenho o direito de ir e vir, como o direito de seguir ou deixar de seguir sem motivo algum.

Por fim, não me vejo com milhões de seguidores forçadamente, veja, forçando uma situação. Acho que sou normal demais para ter essa regalia, acredito não mentir suficientemente. Há quem vá se sentir ofendido.... Concluo com: “Ah! Me poupa!”.

Obrigada por ler

Beijinhos!

 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

CARTA ABERTA À VOCÊ


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 Hoje lembrei de você. Lembrei que te esqueci. Lembrei para lembrar de te esquecer... Para sempre. Hoje não lembrei de você, lembrei de sua audácia em não me dar créditos, que por sinal, créditos que costuma me dar todo anoitecer. Não lembrei de você. Lembrei de sua sagacidade e amoralidade diante da riqueza. Lembrei de aprender sobre o que é moral, observando teus comportamentos duvidosos e promíscuos.

Hoje, lembrei de você quando disse:

- Quem se importa, não diz que se importa. Simplesmente ignora.

E me importa seu jeito mesquinho e dominador. Se alguém pudesse sentir, tudo que sinto, não acreditariam mais no que você sozinho, cria. Você deveria, deveria sair do Brasil, e viver a riqueza de seu trabalho com sua família, longe de mim.... Mas.

Lembrei que você não suporta ficar em segundo ou terceiro... Me usa por trás e palestra sobre política e justiça honesta. Ah! Também detesta meu conectivo mas.

Usa minha vida, minhas ideias, e me transforma num corpo sem vida.

Então, lembrei que não lembro de você, e sabes disso. Sabe tanto que persegue-me há anos, na busca de ser lembrado por mim. Mas eu não lembro. Eu não lembro.

Você para mim, é mais triste que a tristeza.

Mais frio que o inverno,

Mais calculista que um pesquisador de números.

Agora que sabes que lembro todos os dias que te esqueci, tenha consciência de me esquecer. Restam apenas migalhas de minha admiração... É grande coisa, já que não existo.

Sinto inveja em te ver tão bem e confortável na sua luxuosidade... Mas sinto pena quando vejo teus olhos e assisto tua vida. De alguma maneira, deve bater a consciência de que eu, rejeitaria uma vida de riquezas, porque o que existia de bom em você, se perdeu.

Tu sabes disso.

E você sabe também que a partir de minha carta, será o homem mais feliz do mundo...Seria, se estivesse comigo.

Sinto pena de você por ter decretado um pacto com o seu ego, pacto esse que sela até o fim de sua vida, provar para todos, quem você é de verdade. O que você não sabe, é que todos sabem, quem tu és de verdade... E eu sinto pena.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

SÓ SEI QUE... NADA SEI: SO/ZINHO NADA SEI

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O mundo sempre foi normal, a nossa percepção o transforma numa incógnita. A normalidade do pensar nos faz entrar em territórios ainda não vagados, então por essa perspectiva é válido pensar que, estamos onde estamos, porque estamos, para onde vamos, porque somos. Angustiante não é? Vamos pensar que todos esses questionamentos sem respostas vieram também de uma pessoa com uma movimentação subjetiva totalmente curiosa, em busca de respostas concretas, em torno de um mundo totalmente estranho.... Aos olhos. E percebe como esse grande pensador, influenciou e influencia pessoas por tempos, muito tempo. Podemos partilhar junto com ele, os mesmos questionamentos, mas sem dúvidas, se o mesmo não tivesse aberto a porta da insegurança, alguém assim o faria. E esses questionamentos sem respostas, questionamentos perdidos, soltos no vento, causam certa angústia...É imaginar esses questionamentos soltos caminhando pelo Universo à caminho de alguém disposto em responder. De toda forma, se formos movidos pelo medo e pela insegurança, abriremos portas que nós mesmos vamos construindo com intuito inconsciente de proteção, do medo de conseguir a resposta, o medo de encara-la.

Se formos movidos por um viés de esperança, sensibilidade, pensamento lógico e concreto, sem perder a empatia, compaixão e confiança, consigamos alcançar respostas realmente importantes, sem qualquer vestígio de medo, porque se não a obtivermos, talvez tudo bem, tudo bem não tê-la.

E o “só sei que nada sei” de Sócrates pode ter algumas perspectivas. Entretanto, só consigo lê-la assim:

Deu de ombros. Virou com olhar sarcástico ao ver uma conversa mentirosa, na qual o mesmo, sabia a verdade. Lavou as mãos diante de dois inconvenientes intelectuais. Ao perguntarem sobre quem estava certo, respondeu ironicamente

- Só sei que nada sei.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

A MESA DOS VAGABUNDOS

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 Cássio estava cansado de andar pelas ruas e provar sua masculinidade. Havia dito aos amigos que pararia de fumar e beber no início de todo anoitecer.

- Ah, meu amigo Cássio! Sabes que é incapaz de manter-se com apenas uma donzela. Teu coração é do mundo.

Todos riram, inclusive o protagonista que bebia com um olhar melancólico e distante.

 - Veja bem companheiro, vou lhe contar uma história. A professora de literatura, aquela meio suja, obrigou eu e a todos lerem a descrição absurda de um beijo em um livro que continha poesia. Levantou indignado da cadeira. – Como pode, meus queridos irmãos, eu descrever um beijo?

Cássio retornando ao presente, disse:

- É fácil descrever um beijo irmão.

Todos riram.

 - Estás sóbrio meu amigo? Beba mais, beba. O beijo é beijo. Toque de lábios é toque de lábios. Não existe técnica para beijar. Técnica só no carma do curso de advocacia e logo depois de medicina, que vamos, nós três, estudar. Todas essas infelizes e belas donzelas se apaixonam até com beijos de vagabundos de boca gelada.

- Trata todas as mulheres como se fossem coisa Otávio. Disse Cássio, virando um copo de whisky, encostado na cadeira.

- Estás maluco? Por cada prostíbulo que passou, pensavas eu que tinhas aprendido algo. Levantou outra vez da cadeira. – A loucura da bebida. Perdemos um guerreiro! Perdemos um guerreiro!

- Pare Otávio, olhe as belas moças. Estamos chamando atenção. Disse Cássio, puxando o terno de Otávio. - Não se vá, pigmeu. Ajoelhou-se. – Oh! Pigmeu.

- Estamos só eu, Otávio e tu, Cássio. No meio desta zona existencial, sou o único que tenho controle sobre a bebida. Não estou bêbado... estou anestesiado.

- Pois bem meus amigos, caros colegas de aula e futuros doutores deste Brasil. Heitor e Otávio... Uma princesa roubou meu coração.

Todos ficaram sem palavras, pensando na paspalhada que a bebida fez com o companheiro. Continuaram decidindo escutar o amigo.

- Mesmo não sendo conhecedor de bons tecidos, a pele dela era suave, seus lábios eram aveludados, meus amigos, ao passar a mão em meu rosto, senti a brisa do final de inverno passando pelas camadas de minha pele, aquecendo todas as minhas veias.

Todos riram compulsivamente. Parecia ser não somente, como era a melhor noite antes de partirem para Fortaleza.

- Cássio, és um grande comediante. Seduziria donzelas nos leitos. Agora nos conte a verdade sobre aquela lá... aquela esquecida, sem nome.

O protagonista balançou a cabeça em gesto de negação.

- Pois não é amigos. Estou apaixonado, completamente apaixonado. Meu coração pula do peito. Dispara totalmente.

- Rapaz, pois nos diga, queremos conhecer quem anda com ela. Queremos deste toque aveludado, conhecer outros tecidos. Todos riram, batendo os copos sobre a mesa.

Enquanto isso, a chefia do estabelecimento só observava a diversão dos meninos. Pensava em acabar com a festa, o mesmo estava se divertindo para ser o limitador de felicidade. Mesmo recebendo toques de outras mesas sobre incômodo e barulho, conhecia os pais dos infelizes e não queria confusão.

- Estão empolgados ao extremo. Disse Cássio rindo satisfatoriamente.

- Perdemos um guerreiro! – gritou Otávio.

- Vou contar quem é ela. Se chama...Quem é ela não! O nome... Se chama Aurora.

- Uh! Nome de princesa. Deve estar apaixonado mesmo. Disse Heitor, bebendo em cautelo.

- Existe outra, além dela....

Por algum equívoco do destino, a doce Aurora teve que fazer um desvio em seu caminho. Tinha ocorrido uma tragédia na casa de número terminado em cinco. Não pôde ver, mesmo tentando avistar por cima dos ombros, no meio de tanta gente curiosa. Seria uma novidade para falar ao chegar em casa depois da aula de pintura. Teria que passar pela rua dos vagabundos, às 12:00 horas, já que os policiais interditaram a rua. Estava assustada. Calculou: ocorreu uma tragédia, seu pai estava com o carro parado depois da rua perigosa e uma simbólica borboleta à acompanhava. O que poderia acontecer? Então parou e ouviu uma voz familiar....

- Vou contar quem é ela. Se chama...Quem é ela não! O nome... Se chama... Aurora... Existe outra além dela.

- Quem pigmeu?

- A noite meu jovem, a noite! Todos respiraram aliviados.

- Prometi mundos e fundos para aquela infeliz. Inclusive, marcarei algum encontro romântico para entender mais sobre os tecidos de seu corpo.

Os três amigos brindaram. Ao levantar-se para tirar a paciência da chefia, avistou de longe, Aurora. Estava parada no outro lado da rua, ao lado do que pareciam ser duas borboletas. Assustou-se, porém logo se recompôs, pegou o copo de bebida completa, virou e apontou o dedo ao destino da donzela.

- A infeliz donzela Cássio? Não era mentira? É da noite? Diminuíram os risos. – Aurora! Aurora! Nos apresente suas amigas. Moça! Doce Aurora, não vá, venha cá.

A protagonista correu tristemente ao encontro de seu pai. Já pensara na justificativa do choro para dizer o motivo das lágrimas.

Cássio sentiu a bebida evaporar por todo seu corpo, antes mesmo de acovardasse. Viu a menina e logo perdera. Seu plano fugira de seu controle. Havia perdido Aurora. Sabia que voltaria e a levaria para capital. Estava apaixonado e nunca tinha sido brincadeira. A chefia chegou perto e tocou-lhe o ombro como sinal de pêsames. Cássio havia perdido Aurora por conta de uma noite... Para sempre.

 

DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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