Não sou mais aquela menina. É difícil me despedir, mas se faz necessário ser uma alma feminina desconhecida, ainda em descoberta. Um pouco assustador, confesso, os motivos são vários, e um deles é a influência em todo o meu contexto de narrativa, por exemplo. Se você me acompanha a muito tempo, se você não me acompanha ou se você não faz a menor ideia de que eu seja, não é difícil de me conhecer nas entrelinhas. É fácil me ler, se você for um pouco curioso.
Não mantenho as mesmas ideias, mudo-as ou amadureço-as, mas uma das coisas também que estão sendo significativas com a idade, é de não me importar tanto em justificar minhas opiniões ou sequer ao menos comprova-las. Meu intuito nunca foi ferir ninguém, meu intuito não é provar quem sou. O fato de você não me aceitar é uma condição que nos coloca em um relacionamento tóxico sem ao menos, nos conhecer. E posso te garantir que terapias semanais é um belo de um investimento, que nem todos podem pagar. Eu estou numa idade na qual não quero e nem me sinto no direito de admitir olhares tortos, julgamentos sobre meu comportamento ou aprisionamentos de minha alma, em contrapartida eu não vou controlar quem fizer isso, mas posso controlar como vou reagir a isto. Indiretas infantis, formas de chamar atenção e condições alarmantes desnecessárias nem pensar. Se alimentação é importante hoje, parece que toda a minha energia é sugada por condições repreensivas e castradoras.
Não sei se sentirei falta daquela menina, preciso conhecer que tipo de mulher irei me transformar para conhece-la em todo o seu contexto, mas digo-te de antemão que ela tentou ser o melhor ser humano que conseguiu, até chegar ao patamar de mulher... Outra fase, outro comportamento. E você nunca vai saber quem eu sou de verdade, a única verdade das entrelinhas é o tempo. O tempo nas palavras não existe, parece que é sempre hoje, em tempo presente.
Você pode ler um eu meu de 18 anos, e não diferenciar para o meu eu de 21 anos.
