FINITUDE

 A gente passa tanto tempo com o conceito de fazer o nosso que esquece da finitude da vida. Isso não justifica que o medo de não estar mais presente, nos paralise de conquistar o nosso, que justifique nossa ausência de lutar por nossas coisas materiais, por amparo social e status hierarquizado. É que me dói, me deixa triste, saber que muitos que correm e estão mais na frente, esquecem que podem passar por uma lombada a qualquer momento e quando se deparam com o tombo, discursam sobre a fragilidade da origem e a importância do hoje. O conceito de vitória é muito deturpado também, de um lado, faz com que nos sintamos inúteis diante do tempo que estamos usando, no caso, perdendo e do outro, nos mostra que o tempo tem de sobra, mesmo com o ditado de que “tempo é dinheiro”. É uma corrida insana contra o relógio em busca de algo que até mesmo nós não sabemos, quando ficamos frente a frente com situações sem controle. É uma competição que implica outras pessoas mas que mais diz respeito sobre nossas vontades ou vaidades de que realmente a chegada. Já considerei muito falar de pobreza e estar romantizando, gravidez, assim como outros assuntos que causam má digestão. Não digo que me arrependo, mas há pautas que não merecem estar abertas virtualmente. Poupa energia e sanidade mental.

A gente passa tanto tempo se dedicando em construir nosso castelo e, manter no bom conforto quem amamos que esquecemos de lembrar que precisamos amar, antes de mesmo de um boa noite. Passamos tanto tempo considerando amar a nós mesmos que esquecemos de amar ao próximo. Passamos tanto tempo julgando frases como esta que leu anteriormente, que esquecemos de buscar o real sentido. Não é sobre ser bom e ter uma bondade divina, é sobre sentir quando a finitude acaba. Não, eu não sou o tipo de pessoa que diz que ama todo dia, até me acham fria. Também não fico ofendida com os comentários. Fazem parte da vida.

A gente passa tanto tempo considerando que nunca iremos embora, que quando vamos, o chão se abre. Não é sobre achar ou não achar frases clichês, sinônimo de mentira, imaginação etc... é sobre desconsiderar não somente nossa fragilidade, mais algumas verdades que estão em nossa cara, mas que cegos pela arrogância e prepotência, ficamos convictos que estamos certos.

UM CASAL PARA SE APAIXONAR

 

Imagem Ilustrativa

 

Todo mundo quer entrar dentro do livro e fazer parte da história. Todo mundo quer ser o elenco observador que torce, mas também que pertence a história. Qualquer pessoa que pega uma livro na livraria, cria expectativas sobre os personagens principais. Das pessoas que se agradam da história, ao acabar sempre voltam para olhar o nome do autor ou da autora para ver as demais obras. Todo mundo quer se identificar de alguma maneira com a história, mas o que ninguém sabe é que muitas histórias são fonte de conhecimento sobre os primeiros sentimentos de quem lê.  Muitas vezes o leitor nem conhece o sentimento, mas o passa a conhecer, depois de ler alguma história cativante. E sim, sem dúvidas que sim, todo mundo se apaixona por um casal. Na cabeça de cada leitor, existe um casal perfeito que ainda não foi criado. Esse casal tem características peculiares da vivencia de cada leitor, como também há esperanças de se encontrar uma pessoa com o inconsciente coletivo aguçado. Todo mundo está na espera de um novo casal fictício para se apaixonar e voltar acreditar no amor. E o ciclo sempre será esse.

PRÓXIMA ESTAÇÃO

 

Essa sou eu antes de partir. Mas não se assuste, não é texto de despedida eterna. Não é uma escrita melancólica e muito menos dramática sobre a amargura da vida. Não é uma carta de despedida culpabilizando quem me fez sofrer, na verdade é um tipo de atitude egoísta, num ato de desespero, falta de suporte e até mesmo imaginação escrever a quem fez sofrer, o motivo. Nessas horas a imaginação é importante, e por mais que tu não acredite em Deus, o mesmo poderia ser fonte de imaginação para sustentar almas inseguras e amedrontadas.

Me vou para não mais voltar. Sinto que uma parte de mim está dentro de um trem, e estou do lado de fora, coberta por neblina, me despedindo de quem me ajudou com um carinho e uma determinação inexplicável. Aquela garota, que agora junto comigo você vê, partindo feliz dentro de uma friagem com destino ao paraíso dos “eu’s”, foi de suma importância na minha vida. E cada novo acontecimento é uma perca, um luto e uma saudade de me ver saindo de meu próprio corpo com destino a um lugar que não sei. Essa sou eu, antes de você me conhecer. Com certeza depois desses acontecimentos relacionados com a vida, sou outra pessoa. A mesma pessoa com traços em desenvolvimento. Estou quase chegando, também não sei se terá alguma festa de boas vindas, sei que daqui alguns meses, quem sabe anos, poderei trazer um pouco de mim para cá. Ainda estou me criando, me personificando, trabalhando e desenvolvendo o que eu quero ser, o que vou conquistar e como vou me comportar. Não é um sistema operacional desenvolvido em laboratório, é um querer mudar, somente. Unicamente uma necessidade de me tornar forte de acordo com as mudanças que o mundo me apresenta. Estou em crescimento, desenvolvendo, amadurecendo e excluído ideias antigas. Sou a mesma com algumas mudanças.