sexta-feira, 3 de julho de 2020

NÓS E O MUNDO CONTRA NOSSO CORPO

 

Olá, espero que esteja bem. Por que eu, meu Deus! Estou um lixo.

Imagem Ilustrativa

 

O processo de aceitação do corpo é uma luta. Não posso comparar e dizer que é uma das maiores lutas, porém posso dizer que implica condições de saúde. Há quem vá dizer que se sente inteira com o corpo, que nada mudaria, que assim sou assim serei. Vários são os fatores que podem desencadear problemas com a não aceitação e problemas com imagem. Não é um mistério, há estudos que mostram condicionantes emocionais que afetam diretamente em nosso organismo. Há pessoas que se descontrolam e comem em excesso e outras que perdem totalmente o apetite. Introduzindo o assunto diretamente voltado ao aspecto saúde e saindo dele por não ter nenhuma carga profissional, apenas leiga para falar sobre, adentraremos agora numa espécie de processo histórico: nós e o mundo contra nosso corpo.

Quer mais o quê? Não é de hoje que não aceitamos nosso corpo, sempre queremos melhorar algo, de fato não dizemos que não nos comparamos com outras, até percebermos e observarmos que de quatro, três já fizeram algum processo estético e o número um, somos eu e você. Não posso dizer em que momento estamos e como posso definir nossa época, mas pelo pouco que sei meados atrás, o corpo da mulher definia muito quem ela era, e de proeza, se era uma boa mulher, boa mãe e boa esposa. Fiz algumas poucas leituras passadas a vento sobre maternidade, e a história materna cabe muito dentro da não aceitação de nosso corpo. Na sociedade, nós mulheres sempre fomos guiadas à evoluir com os homens e não como os homens. Rafaela você quer dizer que a mulher que ser homem? Ih minha querida, esse papo é tão importante que me deixa até com preguiça de ir à fundo, sei que existem pessoas bem mais capacitadas para falar sobre o assunto.

No termo filho, a mulher aprendeu a ser mãe e desenvolver o carinho materno. Eu fiquei bem triste quando soube da realidade. Esse processo de desenvolvimento se chama o mito do amor materno, e para dar mais estrutura ao estado, mais força, era preciso mais pessoas. Na primeira idade do mundo (oh Deus, datas!), quando as histórias foram notificadas, as crianças não eram tão importantes, o que foi um choque para mim. Na segunda idade do mundo, momento de guerras e aflições, as crianças eram tratadas como adultas e não tinha devido respeito em relação a idade. Não é à toa que as meninas casavam cedo e até mesmo com homens mais adultos... Depois de outras e várias guerras (o plural é desnecessário), juntou-se os médicos higienistas, o estado e o patriarcado. Eles introduziram nas mães uma nova forma de educar, na verdade, fomos ensinadas a educar nossos próprios filhos (não tenho filhos), mães foram ensinadas a educar os próprios filhos, parecia pois que não sabíamos amar. Casa, casar, filhos, família e marido além de ser prioridade era fundamental. Não suficiente, a mulher deveria ser capaz de manter-se ativa para o marido. Estou reclamando? Não. Deveria? Sim.  

Quero dizer que o amor materno, foi um sentimento construído, algo que aprendemos a sentir, o que é estranho para mim pensar dessa forma. Há mulheres com desejo de ser mãe e outras nem pensar. É, foi um choque para minha pessoa saber que até nessa proeza, os homens estavam envolvidos.

O que tem a ver com o corpo? Tudo não é mesmo. Hoje estamos numa luta constante para desfazer o que a sociedade coloca para nós como corpo bonito e certo, e desfazendo o que está correto em nós e que colocamos uma serie de defeitos. Não sou a mulher, estou longe de ser uma pessoa que aceita bem o corpo, porém sinto que as fases, o desenvolvimento traz essa sensação de querer mudar algo. Nossa estrutura feminina vai crescendo, tudo vai mudando, e são etapas que passamos e que mudam não só a parte física mais também a psicológica. Equilibrar essas duas visões é muito importante para saber de fato em que idade estamos e aceitar que algumas coisas não podem mudar de forma natural. Sei que existem mãos que trabalham para trazer esse “bem-estar”, mas a luta contra a gravidade está ligada com a luta psicológica. Meu corpo está longe de ser perfeito, estou longe de ser perfeita, já ouvi “beleza exótica” e nunca entendi se é um comentário maldoso nesse elogio. Sempre vou estar insatisfeita com o meu corpo, em algum momento eu vou querer usar uma roupa que uma pessoa de 20 anos usa, mas meu corpo não permite. Não quero lutar contra a verdade, e sim lutar a favor dela e aceita-la. Equilibrar essas duas patentes talvez seja a chave para abrir, destravar uma porta que contém outras centenas de portas com seus respectivos caminhos que nos leva à uma possível aceitação sem precisarmos de grupos para sermos aceitas.

A questão que eu deixo é: Queremos satisfazer quem? O que de fato nos incomoda é o nosso corpo ou o que queremos que ele seja para os outros?

Já pensou que esse querer que seja para o outro é uma forma de sermos aceitas? Já pensou na relevância do pra quem essa importância vai impactar?

Penso, estou passando por uma fase... Uh! Estima no chão. Juro que depois dessa fase, trago a resposta... ÓBVIO, se eu lembrar que isso é importante.

 

Obrigada por ler

Beijinhos!

quinta-feira, 2 de julho de 2020

VOCÊ SE TRANSFORMOU NA PESSOA QUE SEMPRE MERECEU SER

Você nunca subestimou as pessoas, mas sempre se colocou para baixo. Nós sabemos quem plantou esse pensamento maldoso de que tu não és merecedora de amor, de amar e de conquistar teus sonhos. Não está sendo fácil para nós duas, inclusive para mim que estou escrevendo isso, sem saber o que vai acontecer no futuro. Seus pensamentos passam como uma fita sem pausa, e dentro de cada momento que passa nessa fita, todas as emoções de uma vez só te consomem. Eu sei que é preciso deitar e colocar a mão na cabeça; você gosta de meditar e detesta tomar analgésico. Ultimamente está meio durona, na certeza de que a dor de cabeça é por conta da miopia e de noites deixando o pensamento fluir para novos textos surgirem. Está sendo ignorada por pessoas que pensou estar ao teu lado e agora se encontra sozinha. Olhando por um lado, você foi extremamente forte, não sei como conseguiu. Sabes que não está aqui atoa, não é para mudar o mundo e colecionar amizades, mas sabe que é pra fazer algo muito grandioso... Talvez parar de uma vez de acreditar que você é incapaz. Você sempre fez isso, sempre atraiu essa peculiaridade de achar que as pessoas não gostam de você sem ao menos conhecer. Elas não te conhecem, então não há motivos para te odiarem e se te detestarem mesmo assim, faça alguma coisa, você sempre tentou passar por cima do orgulho, essa não é a hora de dar para trás. Você sabe que é capaz, sempre teve medo do tempo, sempre o respeitou até mesmo planejando e tu mesma sabe que recebe uma reciprocidade dele que é incrível. O tempo sempre foi bom conosco. Não em relação a nossas rugas, mas em relação a nossa vida. Você sempre lutou por si mesma, mesmo no pior dia, você chorava sozinha e no limite, pedia ajuda a sua melhor amiga. Nós sabemos o quão forte nós somos, e quando estamos no limite, choramos mesmo minha querida. Me lembro uma vez que estava doente, e você não queria está, te incomodava o fato de estar com febre, então você levantou, colocou o pé no chão, sentiu o frio, sentiu se poderia fazer e correu o longo correndo da casa de sua mãe, até chegar na água que estava ligada. Você pulava, rodava, brincava com a água... E ainda consegue lembrar o sorriso do teu pai. Então, você sempre foi assim....O teu desenvolvimento, o desenvolvimento é difícil, se abrir e mostrar para o mundo quem somos de verdade não é uma tarefa fácil minha amiga, e você está fazendo da sua maneira, a forma que deve ser correta em relação ao seu destino, que é o meu também.

Receba um elogio e saiba devolve-lo. Essa humildade ninguém conhece por que tu não permite que conheçam. Tu conta as fragilidades para quem confia, mas não te preocupa, que isso acabou. Prometo para você que tu estás, é, e se transformou exatamente na pessoa que sempre mereceu ser.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

TUDO EM PRIMEIRA PESSOA: EU FUI HUMILHADA PELO QUE PENSEI SER MINHA AMIGA

Histórias contadas em primeira pessoa que não tem um destino certo, muito menos personagens que existem. Vai partir da minha e da sua astúcia em acreditar na mentira e expor totalmente a verdade. Aconteceu ou não aconteceu?

 

Na minha concepção amizade acolhe todo tipo dor, amizade é abraço, é presença na ausência. O que fez eu enxergar tudo diferente foi um plano que fizeram para mim, em cima de minhas dores. Pode parecer que eu sou a moça coitada, juro que nunca foi a intenção.

Tudo começou quando tinha discutido com meus pais por não me deixarem sair. Já tinha feito todas as minhas obrigações como adolescente, inclusive obedecido todos os pedidos dos meus pais. Ficou certo que se eu cumprisse, teria qualquer pedido aceito.

 – Julia, se você fizer todas as atividades, você pode pedir o que quiser.

-  Sério? Tá bem. Óbvio que eu fiquei mega feliz.

Eu estava muito animada. Recebi uma ligação no telefone principal da casa dos meus pais. Era minha amiga, me chamando para uma festa na casa do Antônio. Fiquei muito feliz, já sabia que tinha feito todas as atividades que meus pais solicitaram, logo, um não era impossível de ouvir.

- Não!

- Como assim mãe?

- Não. Não é não Júlia. Que horas termina essa festa?

- Cadê meu pai? – Disse eu com lágrimas nos olhos. – Cadê o meu pai?

- Seu pai foi na casa do seus avós. Julia ele trará notícias.

- A senhora não pode fazer isso comigo, por favor. Eu fiz tudo que vocês me pediram.

- Filha, pelo amor de Deus! Recebemos uma ligação de urgência da sua tia, não sabemos o que é, e temos que respeitar até essa notícia chegar. Você sabe que seu avô está em processo de recuperação da cirurgia do coração.

- O que eu tenho com isso, mãe?

- Julia, desconheço você. Cadê a menina doce e gentil que eu eduquei?

- Está perdida e cansada mãe, está bem? E a culpa são de vocês dois.

É, realmente a situação não estava fácil para mim. Senti quando minha mãe falou do meu avô, logo as emoções se misturaram. Eu não sei entender que pode ter outra festa, na minha cabeça essa vai ser a melhor festa e meus pais mentiram para mim de uma maneira imperdoável, para uma menina doce como eu.

Quando a Isabeli me ligou, disse que vinha me buscar em casa de carro com o irmão dela. Não falei com minha mãe final de tarde e início da noite, passei por cima da autoridade dela, e me vesti para à festa. Meu coração estava em cacos, lógico. Estava querendo falar com alguém e expor tudo o que eu estava sentindo. A raiva era descomunal, mas eu não entendia o porquê estar acontecendo justamente comigo. A Isabeli era a mais bem cotada para me entender, estava esperando-a na escada que dá direto para o portão de entrada da minha casa. Vi pelo telefone ela chegar, mas logo ouvi o carro do meu pai também. Só sei que entrei. Entrei no carro e não falei com ele. Lá estavam os dois. Isabeli queria comer já que saiu de casa sem ter colocado nada no estômago, eu nem me lembrava o que havia comido. Então paramos onde ela costuma comer quando vai a festas. Ela pediu um refrigerante, eu pedi água de coco para hidratar.

- Essa festa vai ser demais.

- Que horas eu tenho que buscar as damas na festa? –Perguntou Henrique.

- A Júlia te liga. Não é Júlia? Ela é a mais propensa a não beber nada que turve a visão.

- Júlia?

- Sim, eu ligo para você Henrique.

- Posso falar com você antes de chegarmos lá? Isabeli não estou aguentando. Trouxe até maquiagem. – Falei baixo.

 - Está bem.

Henrique parou na esquina da festa... Ou melhor, na esquina da casa do Antônio, eram tantos carros que ficava impossível de não identificar que era lá.

- O que foi Júlia?

- Sua vida é tão perfeita, você é feliz todo dia, sabe se comunicar com os professores... Isa, não sei mais o que fazer. –Disse quase entrando em prantos.

- Como? Eu não entendi Júlia. – Disse meio irritada. – Minha vida é perfeita? Como sabe? Sério que você parou aqui para querer chorar na esquina da casa do Antônio? Eu não acredito. Eu realmente não acredito.

Fiquei sem entender. Achei que os carros fariam a cobertura de nossos rostos, mas a Isabeli viu outras amigas dela e logo levantou o braço. Elas chegaram em direção a nós e me viram em estado pouco diferente do que pede uma festa.

- Você ainda anda com ela? – Perguntou Larissa

- Mas você disse para mim que não gostava dela. – Afirmou Giovana

- É Lari e Gio, não gosto dela, tentei, mas não dá. É uma invejosa, falsa. Disse que minha vida é perfeita. Como amiga ela é uma ótima inimiga. Ainda bem que tenho vocês.

- Que? O que você está dizendo Isabeli. Está louca? Eu não tenho inveja de você, me escuta.

- Louca eu estava quando te convidei. Não vou escutar. Fique você com seus problemas.

- Acho melhor entrarmos. Disse Larissa. – Também acho. O clima aqui não está legal. – Concordaram.

- Não me chama amanhã na escola Júlia, eu não existo para você.

Estou desolada. Não tenho pais, agora não tenho amigas e a Isabeli vai espalhar para todos que eu tenho inveja da vida dela. Sentei no chão da rua e lá fiquei chorando. Recebo uma ligação da minha mãe e sem pensar, atendo em lágrimas.

- Mãe, por favor, me busca aqui. Me desculpa.

Depois desse episódio, pedi desculpas aos meus pais. Minha mãe disse que meu avô estava bem, queriam fazer uma festa surpresa de recuperação e meu pai precisava ir, não deu tempo contar e minha mãe entrou em desespero. Contei tudo para minha mãe dentro do carro na volta para casa e, ela logo pensou em uma psicóloga. Ela sabia que o final da adolescência estava mexendo comigo e com ela, e não sabia como ajudar, mas sabia quem podia me ajudar. Como mãe, talvez tenha sido um dos maiores atos de amor e coragem. Com relação a Isabeli, nos falamos, mas não somos tão mais amigas.

DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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