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quarta-feira, 1 de julho de 2020

TUDO EM PRIMEIRA PESSOA: EU FUI HUMILHADA PELO QUE PENSEI SER MINHA AMIGA

Histórias contadas em primeira pessoa que não tem um destino certo, muito menos personagens que existem. Vai partir da minha e da sua astúcia em acreditar na mentira e expor totalmente a verdade. Aconteceu ou não aconteceu?

 

Na minha concepção amizade acolhe todo tipo dor, amizade é abraço, é presença na ausência. O que fez eu enxergar tudo diferente foi um plano que fizeram para mim, em cima de minhas dores. Pode parecer que eu sou a moça coitada, juro que nunca foi a intenção.

Tudo começou quando tinha discutido com meus pais por não me deixarem sair. Já tinha feito todas as minhas obrigações como adolescente, inclusive obedecido todos os pedidos dos meus pais. Ficou certo que se eu cumprisse, teria qualquer pedido aceito.

 – Julia, se você fizer todas as atividades, você pode pedir o que quiser.

-  Sério? Tá bem. Óbvio que eu fiquei mega feliz.

Eu estava muito animada. Recebi uma ligação no telefone principal da casa dos meus pais. Era minha amiga, me chamando para uma festa na casa do Antônio. Fiquei muito feliz, já sabia que tinha feito todas as atividades que meus pais solicitaram, logo, um não era impossível de ouvir.

- Não!

- Como assim mãe?

- Não. Não é não Júlia. Que horas termina essa festa?

- Cadê meu pai? – Disse eu com lágrimas nos olhos. – Cadê o meu pai?

- Seu pai foi na casa do seus avós. Julia ele trará notícias.

- A senhora não pode fazer isso comigo, por favor. Eu fiz tudo que vocês me pediram.

- Filha, pelo amor de Deus! Recebemos uma ligação de urgência da sua tia, não sabemos o que é, e temos que respeitar até essa notícia chegar. Você sabe que seu avô está em processo de recuperação da cirurgia do coração.

- O que eu tenho com isso, mãe?

- Julia, desconheço você. Cadê a menina doce e gentil que eu eduquei?

- Está perdida e cansada mãe, está bem? E a culpa são de vocês dois.

É, realmente a situação não estava fácil para mim. Senti quando minha mãe falou do meu avô, logo as emoções se misturaram. Eu não sei entender que pode ter outra festa, na minha cabeça essa vai ser a melhor festa e meus pais mentiram para mim de uma maneira imperdoável, para uma menina doce como eu.

Quando a Isabeli me ligou, disse que vinha me buscar em casa de carro com o irmão dela. Não falei com minha mãe final de tarde e início da noite, passei por cima da autoridade dela, e me vesti para à festa. Meu coração estava em cacos, lógico. Estava querendo falar com alguém e expor tudo o que eu estava sentindo. A raiva era descomunal, mas eu não entendia o porquê estar acontecendo justamente comigo. A Isabeli era a mais bem cotada para me entender, estava esperando-a na escada que dá direto para o portão de entrada da minha casa. Vi pelo telefone ela chegar, mas logo ouvi o carro do meu pai também. Só sei que entrei. Entrei no carro e não falei com ele. Lá estavam os dois. Isabeli queria comer já que saiu de casa sem ter colocado nada no estômago, eu nem me lembrava o que havia comido. Então paramos onde ela costuma comer quando vai a festas. Ela pediu um refrigerante, eu pedi água de coco para hidratar.

- Essa festa vai ser demais.

- Que horas eu tenho que buscar as damas na festa? –Perguntou Henrique.

- A Júlia te liga. Não é Júlia? Ela é a mais propensa a não beber nada que turve a visão.

- Júlia?

- Sim, eu ligo para você Henrique.

- Posso falar com você antes de chegarmos lá? Isabeli não estou aguentando. Trouxe até maquiagem. – Falei baixo.

 - Está bem.

Henrique parou na esquina da festa... Ou melhor, na esquina da casa do Antônio, eram tantos carros que ficava impossível de não identificar que era lá.

- O que foi Júlia?

- Sua vida é tão perfeita, você é feliz todo dia, sabe se comunicar com os professores... Isa, não sei mais o que fazer. –Disse quase entrando em prantos.

- Como? Eu não entendi Júlia. – Disse meio irritada. – Minha vida é perfeita? Como sabe? Sério que você parou aqui para querer chorar na esquina da casa do Antônio? Eu não acredito. Eu realmente não acredito.

Fiquei sem entender. Achei que os carros fariam a cobertura de nossos rostos, mas a Isabeli viu outras amigas dela e logo levantou o braço. Elas chegaram em direção a nós e me viram em estado pouco diferente do que pede uma festa.

- Você ainda anda com ela? – Perguntou Larissa

- Mas você disse para mim que não gostava dela. – Afirmou Giovana

- É Lari e Gio, não gosto dela, tentei, mas não dá. É uma invejosa, falsa. Disse que minha vida é perfeita. Como amiga ela é uma ótima inimiga. Ainda bem que tenho vocês.

- Que? O que você está dizendo Isabeli. Está louca? Eu não tenho inveja de você, me escuta.

- Louca eu estava quando te convidei. Não vou escutar. Fique você com seus problemas.

- Acho melhor entrarmos. Disse Larissa. – Também acho. O clima aqui não está legal. – Concordaram.

- Não me chama amanhã na escola Júlia, eu não existo para você.

Estou desolada. Não tenho pais, agora não tenho amigas e a Isabeli vai espalhar para todos que eu tenho inveja da vida dela. Sentei no chão da rua e lá fiquei chorando. Recebo uma ligação da minha mãe e sem pensar, atendo em lágrimas.

- Mãe, por favor, me busca aqui. Me desculpa.

Depois desse episódio, pedi desculpas aos meus pais. Minha mãe disse que meu avô estava bem, queriam fazer uma festa surpresa de recuperação e meu pai precisava ir, não deu tempo contar e minha mãe entrou em desespero. Contei tudo para minha mãe dentro do carro na volta para casa e, ela logo pensou em uma psicóloga. Ela sabia que o final da adolescência estava mexendo comigo e com ela, e não sabia como ajudar, mas sabia quem podia me ajudar. Como mãe, talvez tenha sido um dos maiores atos de amor e coragem. Com relação a Isabeli, nos falamos, mas não somos tão mais amigas.

domingo, 21 de junho de 2020

UM POSSÍVEL OUTRO EU

Imagem Ilustrativa
Meus eu entraram em uma briga. Meu eu criança estava brincando com meu eu sem consciência. O meu eu responsável e com força de destruir minha vida estava intencionalmente querendo destruir todo o meu tempo: passado, presente e futuro. Eu que sou o eu responsável pela vida e pelo presente, entrei numa briga e pedi para ele sair da escuridão e tirar a alma do abismo, pois cairíamos nele. Pedi para ser menos egoísta e olhar para nossos outros eu brincando com as ondas do mar.

DOCE

 Tu mentes como também oculta pensamentos. Estes deveriam ser meus, e compartilhados a mim que por ti estou, mas não há nada que possa fazer...

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