Diminui
a velocidade, o meu olho treme um pouco menos, consigo me alimentar melhor (mais ou menos), não
penso se estou bem vestida ou se serei julgada. Estou descansando e não pense
que isso me ausenta de tarefas domésticas. Fico terrivelmente irritada com a
rotina monótona, penso todos os dias que pós-graduação irei fazer, pesquiso
também sobre mestrado e doutorado. Zerei praticamente todas as séries, e todas
não seria possível, pois não gosto de tudo. E nunca foi tão difícil ser mulher
no mundo acadêmico. Você não é somente julgada, é também desafiada, intimidada
e alvo de dúvidas e questionamentos. Entre a racionalidade e a fé há uma
similaridade na loucura, ambas podem te fazer crer facilmente no que existe e
no que não existe, ambas podem te deixar malucas se você não tiver o mínimo de
calma, serenidade, e consciência da realidade, sendo necessário manter-me longe
de delírios religiosos, e epifanias superestimadas. Ambas se consumidas e
propagadas de maneira exagerada, provocam personalidades excêntricas, egocêntricas
e egoístas. E continuo lendo, pesquisando, e me sentindo só mais uma em uma
fila qualquer. Tento pensar de forma eloquente, equilibrar os extremos políticos
ou até mesmo ignora-los. Eis o ditado: “Dá missa, tu não sabes o terço”.
E
não temer o julgamento e as vestimentas não diz respeito que não me importo, só
coloquei como menos importante do que de fato é. Irei fazer coisas que ainda
não fiz, e não se trata de viajar ao mundo, se trata de algo mais simples. Na
correria, parece estranho descansar numa tarde sem medo de estar pensando quem
está na minha frente ou atrás de mim e em qual faixa me encontro na disputa. Quero viver de forma tranquila,
sem pensar no que deixo ou não de perder, pois o tempo agora sou eu. E para
outras pessoas, eu sou o mundo delas, e elas precisam de um mundo feliz e
seguro.
O
que o resto do mundo diz que estou perdendo depois resgato, se não for possível não tem
problema. Terapia e fé resolvem o tempo, espaço e pódios perdidos.
