domingo, 4 de junho de 2017

SE VOCÊ SOUBESSE...




Minha amada, penso em você todos os dias. Como você está? De renda ou uma camisa antiga minha?
Querida, daria tudo para voltar atrás e fazer diferente, mas agora estou longe de você e até mesmo de mim. Tenho um futuro glorioso... se estivesse aqui eu não te perguntaria que sentido faria, viver tudo isso. O sentido seria você, apenas você.


Se você estivesse aqui, talvez mudássemos um pouco a rotina. Os sorrisos seriam os mesmos, mas eu faria de tudo para ser um filme, por que eu saberia que iria embora, para sempre. Nunca mais nos veríamos. Como você está agora? Ainda acorda com os pés no chão e vai direto à janela?

E o meu sentido é você. Muita coisa mudou, não posso andar por ai, o chão é frio.

Não duvido que mudastes alguns hábitos... isso faz bem.

Minha linda, se soubesse quanta falta faz.... se você soubesse.

Não sei se pensa em mim. Você está tão diferente.

Se você soubesse, não estaria abraçada em outros braços, sorrindo como se a ausência dos meus ombros fosse um caso passado sem qualquer valia;
Se você soubesse estaria comigo e não com ele;
Se você soubesse... se você soubesse, eu juro que seria seu, sempre. Não te deixaria insegura, não te faria insegura;
Se você soubesse o quanto ainda penso em você, estaria comigo ou com ele? Quais as chances de estar comigo?


Meu amor, se você soubesse o que eu penso, faria de tudo para mostrar o quanto posso ser melhor do que fui um dia... Se você soubesse, estaria comigo.

sábado, 3 de junho de 2017

NÃO É HISTÓRIA DE PRINCESA PRESA NO CASTELO



Muito menos uma história triste e de amarguras.


Pelo contrario: sem casamentos, sem festas e sem o óbvio da sociedade.
O óbvio da sociedade é mascarar a realidade com datas indelicadas e bebida para disfarçar o senso de dor mental. Eu hein... 😊



Já me torturei demais por ser diferente das outras meninas, minha preferência por casamento é nenhuma. Quero viver para ser feliz e não acorrentada com um sorriso falso, diante de todo mundo.
Tenho amigas que já são casadas, os motivos são bem fora do contexto óbvio e racionalidade, algumas casaram para sair da casa dos pais, outras porque era o sonho e as demais para segurar o amor. É, eu tenho muitos amigos... mas quem é inteligente e tem o mínimo de senso, perceberá que não direi quantas são, ficaria bem óbvio.
Minha história não é nada demais, você vai achar estranho e me julgar.
Quando criança meus pais tinham sensibilidade a coisas do mundo como água da chuva caindo do céu, água na grama, castelo de areia na praia e jogos de pique esconde no bairro. Eu era completamente isolada de tudo e de todos, menos dos livros. Enquanto algumas crianças se esquecem do trauma, me lembro de cada detalhe.
Quando chovia todas as crianças na cidade estavam pulando em poças de lama ou se sujando na grama verde, dançando na chuva com roupa branca e brincando de pique esconde.
Meus olhares eram discretos para fora de casa, os vizinhos ainda me chamavam, mas minha mãe falava por mim ou a empregada que me cuidava. Nunca tive a possibilidade de ser uma criança normal. Os livros da minha mãe eram distribuídos entre vários, desde índios até livros amarelados sem capa, coisa que ela fazia questão de não se desfazer. Entre a janela da sala e a visão para a rua era um olho. O meu olho direito. Eu via o mundo, e parecia o mundo lá fora, dentro era cor de madeira com verniz e livro antigo, fora, muitos sorrisos. As cores não mudavam muito. Minhas roupas eram confeccionadas e poucas vezes compradas em loja. Cresci sem honras de quinze anos ou amigos me cercando. Não era solitária, sorria, andava, não ia sozinha e não voltava sozinha da escola. Tinha sempre a mesma companhia.
Isso me fez compactuar com algumas ideias literárias, filosóficas sobre a existência e o pertencer ao outro de forma doentia. Isso me assustou quando tinha dez anos.
Hoje, não penso em casamento, muito menos em uma festa muito animada, mas a infância que tivera me proporcionou um espírito tão livre que sair pelo mundo não seria péssima ideia. Entre uma infância solitária e uma ‘adultez’ livre, muitos anos me restam ainda.
A ideia de casamento é ilusória.


 Poxa, é só uma história...

MONÓLOGO: SOLTEIRA

Sim, estou solteira, não é mentira. Faz um tempo e eu ainda não me recuperei. Sabemos que uma semana para quem viveu a vida inteira juntos t...

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