terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

ESCONDIDA NAS PALAVRAS


Imagem Ilustrativa

Estou deixando para trás uma vida. Vida essa que era minha, hoje não mais. Por um seletiva de acontecimentos me fizeram decidir, eu por eu, tirar do peito as minhas mais belas palavras sem autoria. Por tempos pensei ser madura. Ingênua, ainda ingênua! Deixei para trás uma vida de palavras segmentadas em um passado que não sabia contar. Para viver assim, chegar, sentar ou deitar no divã do analista e, não dar o material para trabalhar, é mais digno ser honesta comigo mesma e deixar voar. Deixar voar o passado... Se assim é o passado, um segmentos de ‘era’ impossíveis de serem comunicadas à outras pessoas e a eu mesma, o fim absolutamente certo é o destino. O destino é o fim.   
Sempre estarei por aqui. Se continuar me procurando, me achará. Mas me procura e fala. O silêncio não me tortura, pelo contrário, é uma resposta. E talvez eu interprete a resposta exatamente como é. Daí me vou... Ficarei nas letras, linhas e palavras. Se assim decidir, seguir manter o caderno aberto, se não, o fecharei e saberás, pois nunca mais conseguirá me encontrar.

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